Na vida se dá jeito para tudo, menos para a morte. Crescemos ouvindo esses ditos que aos poucos foram se tornando convicções. Tudo vai bem até que, de repente, é pressão arterial que sobe, que desce, que apavora. A família, em polvorosa, corre para o hospital. Fantasmas surgem, estou perto da morte? Estou com alguma doença que não sei? E agora, o que faço?
Na semana de 29 de Abril de 2009, na página 24 da Veja, saiu publicado um pensamento do Millôr, recortei e guardei. Ao preparar a mensagem do último final de semana recorri a ele. O título deste texto não é meu, é parte do pensamento que usei, acompanhe: Ouço a toda hora pobre e rico, preto e branco, brilhante e medíocre repetindo: Da morte ninguém escapa! Mentira. Da morte todo mundo escapa. O morto nunca sabe que está morto. Quem tem medo da morte e faz essas frases está bem vivo. Da vida é que ninguém escapa.
Por um momento considere a afirmação do Millôr. Por um momento se desarme de todas as bem fundamentadas teologias sobre vida após a morte, céu, inferno, juízo, condenação, absolvição. Por um momento pare de pensar na morte e suas misteriosas questões e comece a enfrentar a vida, pois não temos como fugir, precisamos viver cada fração de segundo intensamente, se não viveu com a intensidade devida, prepare-se para a próxima fração, a que passou, passou, não volta mais. Mas a vida está aí, insistindo, convidando, desafiando, necessitando ser vivida.
Danilo Gentili, falando a revista Contigo disse que considerava um desperdício ter cursado publicidade porque, segundo o que viu, faculdade só serve para ir para o bar e fumar maconha, e nem isso ele fazia. Com ou sem humor, não importa, infelizmente Danilo Gentili tem grande porcentagem de razão no que afirmou. Álcool e maconha fazem parte do pacote universitário em muitos campus, fazendo-nos questionar que nível superior é este a que estão sujeitos nossos filhos?
Baixíssimo. Este é o nível. E para desespero de alguns pais, a queda continua livre, ficando cada dia ainda mais baixo, superando o baixíssimo e complicando a descrição do mesmo para baixíssississssimo nível. E então? Evitaremos o ambiente acadêmico? Eis a luta, é certo que não podemos e nem devemos evitar. As universidades refletem a vida da qual ninguém escapa. Os saberes estão lá, as ciências, as logias, os mestres, os conhecimentos. Cada ser humano carece e merece ter acesso a boa educação, faz muita diferença.
Mas ironicamente é neste ambiente rico de uma cultura superior que premia ao final com um diploma de nível superior que se misturam práticas inferiores, saturadas de armadilhas que descaracterizam pessoas, valores, éticas. Bem-vindo! Está é a vida! Afinal, Deus continua nos dando um planeta superior, princípios superiores, esperança superior, um caminho superior, e nós, inexplicavelmente, insistimos em contaminar tudo com misturas inferiores através de práticas rasas, artificiais e baixas.
Um dos meus filhos está onde esteve Danilo Gentili, cursando publicidade. Também tem visto testemunhos semelhantes e tão péssimos quanto aqueles. Bar e maconha, até agora, e se Deus quiser, até nunca, fazem parte da rotina dele. Pelo curso e seu conteúdo, vive entusiasmado, que bom!(ufa!). Todo dia, enquanto ele está em aula, em casa estamos orando por ele. Assim é a vida, ela tem um custo bem mais alto que qualquer mensalidade acadêmica. É o custo da fé que confia, muitas vezes ingenuamente, e mesmo assim, fé. Pura, crente, ansiosa, confusa, vacilante, pequena, grande. Mas sempre fé. Porque se da vida ninguém escapa, andar com fé eu vou, pois como já disse o poeta, a fé não costuma falhar.
Paz!
Pr. Edmilson Mendes
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